Por Gustavo Torres
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| Cássia, de Paulo Fontenelle |
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| Esse É Só O Começo Do Fim Da Nossa Vida de Maria Ribeiro |
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| "Kurt Cobain: Montage of Heck", de Brett Morgen |
Em "Cássia", Paulo Henrique Fontenelle faz uma ampla análise do que Cássia Eller representou na música brasileira e também a história do país, ao ser a primeira homossexual a instituir uma lei quando o Brasil ainda não tinha: a do direito civil para casais do mesmo sexo. Quando a artista veio a falecer e seu par, Maria Eugênia, veio a ficar com a guarda do menino Chicão, derrotando assim o pai da artista no âmbito jurídico na luta da guarda. O documentário dispensa comentários: mostra cada detalhe de uma artista que veio de baixo, tocando em cias de teatro e que graças a colaboração de Mayrton Bahia e de executivos da EMI pode mostrar uma fita demo que veio a se tornar o primeiro álbum da artista. Daí pra frente, soma-se a capacidade da cantora de se reinventar em sua carreira no período da maternidade até a explosão do Rock in Rio, um de seus últimos grandes shows em vida.
O filme impressiona e mostra até mesmo para quem não é fã de Cássia a quebra de barreiras que ela fez no rock nacional, tocando qualquer tipo de estilo de música, mas sem deixar de lado a sua identidade, única, viajando entre a beleza e a fúria.
O documentário de atriz e cineastra, Maria Ribeiro, vem de uma vontade de anos de produzir e dirigir um filme sobre a banda carioca Los Hermanos. Assim como muitos outros fãs obcecados pela banda de Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, Maria pode fazer um documentário que mostrasse o lado mais intimista da banda, levando aos fãs do grupo o olhar simples de uma longa turnê de 2012 que simbolizou o retorno, mesmo que momentâneo, da banda que influenciou a geração dos anos 2000. Centrada principalmente no show da Fundição Progresso, o longa mostra a forte amizade e o conflito de gênios entre os principais compositores (Camelo e Amarante) nos processos de criação das composições, além de mostrar a importância do grupo para o rock e a mpb nacionais, completada com os demais integrantes da banda, os ótimos músicos Bruno Medina (teclados) e Rodrigo Barba (bateria).
A persistência deu frutos depois da diretora receber um 'sim' para filmar (antes os próprios Camelo e Amarante deram dois 'nãos' para o registro), o filme mostra um olhar de uma fã incondicional da banda transmitida para milhares de fãs com imagens do cansaço da grupo em turnê pelo Brasil, imagens raras, momentos de composições de canções novas e peculiaridades de cada um, mostrando diferenças e valores de um grupo que ainda pulsa forte nas veias de sua legião de fãs.
"Kurt Cobain: Montage Of Heck", de Brett Morgen foi lançado no festival de cinema alternativo, Sundance, nos EUA, este ano. Em uma co-parceria com o canal HBO, o lançamento na TV saiu em maio. O documentário sobre a vida do líder do Nirvana, Kurt Cobain, teve oito anos para ser concebido, um processo que teve a total importância de ter Courtney Love, Frances Bean Cobain (co-produtora do filme) e Wendy O'Connor (esposa, filha e mãe de Kurt, respectivamente) abrindo o arquivo do ídolo rock da geração 1990 para que Morgen mergulhasse na mente carinhosa e conturbada de Cobain. Nada chega perto de um documentário desse sobre o artista, que por sua vez, já começa vencedor em ser o primeiro filme com total autorização de Courtney no uso de canções do Nirvana para um filme (a viúva detém os direitos das música da banda). Depois de aclamado no festival Sundance pela crítica e público, "Montage Of Heck" está ganhando força a cada semana pela crítica especializada em música e chocando os fãs da banda pela autenticidade de um documentário que traz raridades nunca mostradas ao mundo como áudios caseiros gravados com as primeiras composições de músicas que seriam do Nirvana, gravuras e pinturas feitas por Kurt que expressam insatisfações, angústia e dor, entrevistas exclusivas com Don Cobain (pai de Kurt) e a madrasta Jenny, Krist Novoselic (baixista do Nirvana, e principal amigo de Kurt desde os tempos de Fecal Matter (primeiro nome do Nirvana), além de imagens do casal mais explosivo do rock desde Sid & Nancy com direito a uma imitação de Chris Cornell, vocalista do Soundgarden cantando "Outshined", interpretado por um Kurt Cobain hilário que poucos conheceram.
Obrigatório para os fãs do Nirvana que poderão assistir nos cinemas brasileiros em 18 e 20 de junho deste ano.
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